terça-feira, 16 de março de 2010

Representações de gênero nos livros didáticos e paradidáticos

O livro didático divide atualmente lugar de destaque com outros recursos pedagógicos. O livro didático procura subsidiar as matérias regulares do currículo escolar. Já os livros paradidáticos são vistos como complemento, uma vez que apresentam conteúdos que relacionam a temáticas que tangenciam as disciplinas do currículo oficial.
Os livros (didáticos e paradidáticos) apresentam textos e ilustrações que reproduzem e veiculam representações de gênero. Representações estas que tem "efeito de verdade".
Surge daí a necessidade de repensar escolhas e modos de leitura dos livros que são avaliados anualmente nas escolas. Ao "adotar" um determinado livro deve-se levar em consideração a presença ou ausência de papéis atribuídos a ambos os sexos, tanto nos textos quanto nas imagens; a manifestação ou não de sexismo na linguagem e a estimulação ou não da equidade entre homens e mulheres em atividades, jogos ou atitudes propostas.
São comuns livros com linguagem sexista em que palavras e expressões ocultam ou desqualificam o feminino. Um exemplo banal, porém marcante disso tudo, é usar a palavra homem para designar todos os seres humanos enquanto a palavra mulher designa apenas a fêmea da espécie. Por que não usar expressões como "espécie humana","seres humanos","homens e mulheres"?
É necessário promover nos textos e ilustrações imagens de equidade e cooperação entre homens e mulheres de diferentes raças, idades, religiões e posições sociais e eliminar conteúdos discriminatórios e estereotipados.
Para que educadores e educadoras tornem-se comprometidos com mudanças nas relações de gênero é preciso compreender como diferentes linguagens ajudam a manter ou a redefinir posições, seja na literatura selecionada, nos filmes que são exibidos aos alunos, em piadas feitas pelo professor ou escutadas por ele sem que o mesmo se manifeste, nas advertências, nas premiações, etc. Enfim, é preciso questionar e sensibilizar para que surjam novas relações de reciprocidade baseadas na equidade e no respeito às diferenças.

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